Ontem, numa madrugada de insônia, acabei tendo uma daquelas epifanias que a gente só tem nesses momentos de ócio. Às 4 da manhã de segunda pra terça o único programa assistível, pra mim, na TV aberta é o jornal da manhã do SBT.

Eis que Hermano Henning anuncia que a taxa de juros para o consumidor nunca foi tão baixa desde 1995. Como se 95 fosse um passado remoto. E eu me lembro de ser gente em 1995. Já tinha consciência da vida, já ia pra escola e tudo mais. E fiquei lembrando de quando eu era pequena e as pessoas falavam que "desde 1980 tal coisa" e eu pensava "nossa, que antigo... ", daí imaginei as criancinhas ouvindo aquela notícia (ok, as chances de alguma criança estar acordada assistindo ao jornal da madrugada são remotas, mas finge, tá?) e pensando "Nossa, 1995, que antigo... Eu nem era nascido ainda". Pois é... eu já! Aliás, não só era nascida como já era uma criancinha interativa! Já falava, andava, pensava racionalmente, comia sozinha e tudo mais. Tem noção do que isso faz com a sanidade mental de uma pessoa?
E pra fechar com chave de ouro, me lembrei do comentário que fiz numa foto do sobrinho do meu namorado, no facebook da minha cunhada. O menino já vai fazer 1 aninho semana que vem e na foto estava em pézinho na varanda do apartamento, segurando na grade e na pontinha do pé olhando pra fora. Eu escrevi as seguintes palavras "Caramba, ele tá muito grande!! Como pode crescer tão rápido?? Nasceu outro dia, gente!". *Pausa pra vocês perceberem a gravidade da situação...* E aí? fui só eu ou alguém mais viu a carapuça de "TIA VELHA" servindo na minha cabeça?? Já me visualizei, daqui há uns 17 anos, quando ele estiver adolescente, apertando as bochechas, exclamando "como cresceu!" e fazendo a infame pergunta-de-tia: "E as namoradas?? :D". Nooooo. Não posso ser esse tipo de tia. Me recuso a ser esse tipo de tia! Mas eu lembro que, quando era pequena, sempre ficava encafifada com os comentários de "está enorme! Nasceu outro dia!" e eu pensava "ora essa, claro que eu não nasci outro dia! Que coisa besta, o que essas pessoas tem na cabeça? Eu nunca faria esse tipo de comentário sobre uma criança". Aham, cláudia, senta lá... É inevitável. Quando a gente chega a uma certa idade, parece surreal ver o quanto a criança cresceu em tão pouco tempo e, quando você se dá conta, o comentário já escapuliu.
E é assim que a gente conclui que o tempo passa, o tempo voa, mas a Poupança Bamerindus continua numa boa. Ei...! A propósito, isso também tem tempo, né? Alguém sabe se a Poupança Bamerindus ainda existe?!
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