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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Café da manhã na Escola do Pão


Conforme prometido, vim falar sobre o arrebatador  café da manhã da Escola do Pão. Mas acho que antes de falar sobre as delícias do breakfast, especificamente, vale uma pequena introdução sobre como tomei conhecimento do mesmo.



Acontece que ano passado meu digníssimo namorado estava trabalhando em um projeto no Horto/Jardim Botânico e, na volta pra casa, passava ali por perto  e achava o ambiente do estabelecimento convidativo. Ele já tinha comentado comigo algumas vezes que tinha um “restaurante bonito” perto do trabalho e que tinha vontade de comer lá um dia. Até que esse dia chegou quando, após um coquetel pouco abastecido de aperitivos do trabalho dele (na verdade, nada abastecido... Só foram servidas bebidas) no qual eu também estava presente, a fome se manifestou e resolvemos, saindo do tal evento, jantar ali por perto. Foi aí que ele se lembrou do tal “restaurante bonito” e finalmente conhecemos a Escola do Pão que, desde o couvert até a sobremesa, passando pelo serviço impecável prestado por um garçom super simpático, causou a melhor primeira impressão possível (mas isso é assunto que merece outro post, mais detalhado).  A partir deste dia, voltamos lá mais algumas vezes e sempre comentávamos que algum dia deveríamos ir tomar o tal café da manhã (porque, afinal, que lugar melhor pra se tomar café do que na escola do PÃO, né?), mas acabávamos adiando. Até que, nos 1.000 dias de namoro, decidimos que era o momento :)

Chegamos por volta das 10:30 e, após uma pequena espera (o restaurante estava cheio), fomos encaminhados à nossa mesa. Logo de cara, nos trouxeram um “shake tropical de iogurte” simplesmente DELICIOSO, seguido de um creme de mamão com granola – e aqui eu preciso fazer um adendo: é interessante que vocês saibam que eu não sou a pessoa mais “frugívora” do mundo. De modo que iogurte natural batido com frutas tropicais e, principalmente, um potinho de creme de mamão, via de regra, não seriam minhas primeiras opções de escolha num cardápio. Mas, é aquela coisa, como trouxeram, resolvi provar. E ainda bem que eu experimentei e abri meus horizontes em vez de simplesmente torcer o nariz e passar pro namorado! O tal shake tropical tinha uma consistência cremosa e única (não dá pra chamar de iogurte e não dá pra chamar de milk-shake. Eu diria que é algo próximo de um coquetel de frutas mais encorpado) e um sabor super refrescante. Já conquistou meu coraçãozinho e me fez dar uma chance pro creme de mamão que, surpreendentemente, me agradou bastante. Mais uma vez, a consistência era incomum. Não era um potinho de mamão raspado ou sei lá... Era como se tivessem batido o creme de mamão, de modo que ele ficou muito leve e aerado (trocando em miúdos: com uma espuminha amiga :) ). Mas preciso admitir que a crocância granola fez TODA a diferença. Acho que, sem ela, teria sido um simples potinho de creme de mamão, mas que, por um pequeno detalhe, se tornou memorável.

Em seguida, chegou à mesa um curau de milho com canela no qual o bophe simplesmente se atolou (haha!), bruschettas de queijo, uma cesta com pãezinhos variados feitos na casa e potinhos com manteiga, cream-chease, geléia, e uma cumbuquinha de gratin de queijo que, como o garçom sugeriu, é ótima pra mergulhar os pãezinhos.

Outros componentes que merecem grande destaque são os mini-sanduichinhos MARAVILHOSOS (cachorrinho-quente com mostarda, ciabatta com peito de peru e cream chease e pãozinho com queijo brie e damasco) –pedimos uma segunda rodada - e os ovo mexidos simplesmente surreais (OMG! É sério, eu nunca comi um ovo mexido TÃO perfeitamente perfeito em toda minha vida! Incrivelmente macio, saboroso e nhamiii! Namorado disse que tinha uma camadinha de queijo por baixo. Eu agora, confesso, não lembro se ao comer também achei que levava queijo ou não mas, sinceramente, isso não importa. Era delicioso, único, mágico e pronto), tão bons que chegamos a pedir um pratinho extra (oi, colesterol! o/ heheh). Tudo isso regado a suco de laranja, chocolate quente, café e leite à vontade.


E quando você acha que já comeu demais, ainda tem os docinhos!! Mini-bolinhos de limão e de chocolate, mini-bruschettas de banana com gergelim (essa eu não experimentei, mas o namorado aprovou), cucuz de coco, waffles crocantes polvilhados com açúcar e mini-sonhos e madeleines indecentes de tão bons!

O preço, reconheço, não é o mais camarada da vida (se não me engano, são R$60 por pessoa), mas deve-se levar em conta que é um café da manhã que vale por refeição do dia. Sério! Quando fomos, não tivemos coragem nem de pensar almoçar e o jantar foi light, porque você sai de lá rolando. É uma extravagância que, vez ou outra, vale a pena fazer. :)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cinema Nacional: "As Aventuras de Agamenon" X "2 Coelhos"


Não posso dizer que tive uma grande decepção com "As Aventuras de Agamenon, o Repórter" porque - confesso - desde o início já não esperava muito de um filme roteirizado e produzido por dois cassetas. Porém, com a divulgação massiva e o trecho estratégico utilizado para o trailler reproduzido exaustivamente na TV, cheguei a acreditar que o filme poderia ter um enredo engraçadinho e resolvi dar uma chance. Mesmo porque eu até gosto da coluna do Agamenon no jornal (pra quem não conhece, vale conferir o blog). Infelizmente, tudo que eu posso dizer é que perdi uma hora e quinze minutos da minha vida assistindo a uma versão cinematográfica do Casseta & Planeta. Ou, melhor dizendo, foi como assistir a um pout-pourri de episódios de um mesmo quadro do Casseta & Planeta. A base - e o núcleo e todo o resto - do filme são as piadas de gosto duvidoso (leia-se: grosseiras) e sem graça típicas da versão televisiva dos cassetas.
Pra não dizer que não ri at all, admito que esbocei uns 3 sorrisos ao longo do filme e dei uma risadinha leve (daquelas tipo ":| : ) ...hehe... : ) :|" ) por conta de uma bobagem qualquer. Mas chamar o filme de "a maior comédia de todos os tempos" é uma ofensa à inteligência do espectador. Não dá nem pra chamar de maior pastelão de todos os tempos. Já vi pastelões melhores.
Muito me surpreendeu também o fato de personalidades como Caetano Veloso, Fernanda Montenegro, Pedro Bial e até mesmo Fernando Henrique Cardoso (sério, CHOQUEI!) terem topado participar de um filme tão queima-filme. Self-respect manda lembranças a estes digníssimos senhores e senhora.
Da mesma forma me surpreende a mídia encher a boca pra divulgar que 700 mil pessoas já assistiram quando, posso apostar um saquinho de balas 7Belo, que metade desses espectadores não gostou e um terço delas nem aguentou até o final. Na sessão que assisti, umas 10 pessoas saíram antes do fim (e não eram só velhinhas pudicas e senhores conservadores. Vi muito casal jovem abandonando a sessão no meio). Eu só fiquei até o fim porque sou guerreira e ainda esperava que fosse haver uma guinada melhorando aquela bostmba. É óbio que tal guinada não ocorreu. E olha que eu sempre consigo encontrar algum aspecto positivo nos filmes que assisto. Pra eu dizer que um filme é ruim de todo, é porque - podem acreditar - nada nele se salva MESMO. Concluí, então, que o Agamenon funciona melhor no papel do que na tela.

E aí, por alguma razão obscura, enquanto a mídia tenta nos forçar um filme ruim goela abaixo, "2 Coelhos" é um filme nacional EXCELENTE, com atores de qualidade (dentre os quais, Alessandra Negrini e Caco Ciocler), mas praticamente sem divulgação! Com um cartaz de pouco impacto (faltou estratégia de marketing visual ali), somado ao fato de os comentários sobre o "Agamenon" estarem dominando a parada, acabei assistindo o "2 Coelhos" totalmente por acaso (naquelas de ir comprar o ingresso na hora e ser o único filme com horário bom, sabe?) e tive uma grata surpresa. É um mix de ação, suspense e românce (classificado pelo Ministério da Justiça como genêro "sobrevivência") ao mesmo tempo inteligente e com ritmo acelerado. Os saltos no tempo tem um "quê" de Tarantino e, apesar de deixarem o espectador um pouco confuso, realmente prendem a atenção.

Pontos que merecem grande destaque são os grafismos presentes em diversos momentos do filme e os efeitos especiais alucinantemente bárbaros! É chato dizer isso porque meio que desqualifica tecnicamente nosso cinema, mas, posso falar? Nem parece filme nacional. Na minha humilde opinião, o filme está apto (e seria um forte candidato) a concorrer ao Oscar ou algum prêmio internacional ao lado de grandes produções estrangeiras.

E aí eu me pergunto: por que cargas d'água este filme não está sendo divulgado?? Por que, raios, está perdendo espaço para a trolha do Agamenon??? Será que é porque o roteirista e diretor Afonso Poyart era um sujeito desconhecido no universo cinematográfico ("2 Coelhos" foi seu primeiro longa-metragem), competindo contra Marcelo Madureira e Hubert, dois globais cheios de contatos? Ou será que é porque está sendo assumido que o povo brasileiro tem a profundidade intelectual de uma colher de chá e, assim, investir na publicidade de um pastelão que não tem nada a ser assimilado tratia mais retorno do que investir na publicidade de um filme que obriga pensar?
Alô, Brasil! Não dá pra se acomodar assim, né? Vamos parar com essa preguiça mental e prestar mais atenção no que vale a pena.