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quinta-feira, 24 de março de 2011

Brasil: país de leitores??



Ontem fui jantar no shopping com o namorado depois da faculdade e, enquanto esperava ele chegar pra encontrar comigo, resolvi entrar na Saraiva pra dar uma olhada nos livros. Folheei alguns, gostei de um deles e quis dar uma lida, mas a livraria em questão só tinha UM sofá à disposição dos leitores (provavelmente para nos obrigar a sentar no café que existe no interior da loja e consumir alguma coisa. ¬¬). E é claro que em 90% do tempo este sofá fica ocupado por gente que nem está lendo! Foi esse o caso ontem... Nos outros 10% do tempo, está ocupado por gente lendo de fato, mas nunca vai estar vago quando eu quero sentar nele pra ler. Lei de Murphy me persegue... Então, me restaram duas opções: ler em pé mesmo e ficar com o pescoço duro ou levar meu livrinho para ler na sessão infantil, que tem uns dois bancos maiores e costuma ter espaço pra sentar. É claro que eu optei pela segunda solução. hehe :)

Lá presenciei a seguinte cena: um menininho bem pequeno, que não devia ter mais que 6 anos de idade, chega correndo igual a um foguete, com os olhinhos brilhando, tipo "Livros! Livros! *-*" e vai direto até uma prateleira. A mãe aparece logo em seguida e dá uma chamada "Bernardo!! não sai de perto da gente! >:(". Até aí, muito justo. Ninguém quer perder o filho numa Mega-Store, né? Ok. Ela e o pai ficaram vendo algumas coisas ali do lado (acho que na sessão de papelaria, não tenho certeza), enquanto isso, o pequeno Bernardo escolheu um livrinho e foi satisfeito até eles:

- Pai, pai, compra pra mim? :D - pediu ele com sua voz retumbante.
- *silêncio - Bernardo foi ignorado. O pai nem olhou pra ele.
- Hein, pai! Compra esse livro pra mim? :)
- *mais silêncio - o menino continuou sendo solenemente ignorado.
- PAAAAIIIEEE!!! Posso levar esse livr...?
- Shhh! Bernardo, não grita! E pára de perturbar seu pai. - a mãe interrompeu.
- Mãe, mas eu quero esse livrinho! Compra pra mim? *-*
- Não dá. 
- Mas por favor, mãe, eu quero muito!!!
- Não, meu filho, bota esse livro de volta no lugar. 
- Então eu vou ler ele ali... 

Ele sentou perto de mim e começou a ler em voz alta. Uma fofura!! Achei super maduro da parte dele decidir ler o livro ali mesmo quando viu que não ia dar pra levar. A maioria das crianças iria chorar, fazer um escândalo, se jogar no chão (bom, nunca presenciei isso da parte de crianças em relação a livros, mas ok)... E ele aceitou resignado o fato de que não voltaria para casa com o livro e sentou pra ler. Até aí, nada muito anormal da parte dos pais... Talvez eles realmente estivessem curtos de grana e não desse MESMO pra comprar o livro naquele momento. Embora eu ache que dar livros a uma criança não seja um gasto, e sim um investimento (principalmente quando é a própria criança que pede!), nunca se sabe como estão as finanças alheias, né... Enfim. O que me chocou, foi o que aconteceu a seguir.
 
Bernardinho lia alegremente o livro, com uma voz tão forte que era impossível me manter concentrada na minha leitura, mas primeiro que eu não podia reclamar, afinal, aquele espaço era dele, né? Eu que invadi... E, segundo, eu já tinha sido cativada mesmo por aquele pequeno leitor, então fingi que lia enquanto, na verdade, prestava atenção nele (juro que não sou stalker de criancinhas!! hahah). Gente, quando tiver um filho, quero que ele seja assim! Mas voltando ao foco... Lá estava ele, contente lendo seu livrinho. Mas a alegria não durou muito. Mal ele tinha começado, quando chegam os pais:

- Vamos, Bernardo.
- Peraí, mãe.
- Não, filho. Mamãe já tinha te falado pra botar o livro no lugar, não foi?
- Mas eu quero ler...
- Vamos, Bernardo. Guarda o livro, já falei duas vezes. - o tom foi ficando mais grave.
- Mas eu quero leeeerrrr!!! Por favor, deixa eu terminar de ler o livro! :(

Nesse momento, o pai interveio com a seguinte frase, que me deixou absolutamente perplexa:

- Vamos lá nas Lojas Americanas, eu compro um jogo pra você! :)

Jesuuuuusssss!!!!! A CRIANÇA QUERIA UM LIVRO! UM LIVRO!!! E o sujeito resolve barganhar em troca de brinquedos!! O que se passa na mente dessas pessoas?? Convenhamos: se ele tinha dinheiro pra comprar um jogo, muito provavelmente teria pra comprar o livro. Então por que, na vida, negar o livro ao menino? Claro que criança tem que brincar, é ótimo dar brinquedos de presente aos filhos, é importante para o desenvolvimento deles e tudo mais... Mas ler também é importante, gente!!
Talvez aqueles pais tenham achado que ler "Thomas, a Locomotiva" não fosse acrescentar nada ao menino, intelectualmente. Mas, se for esse o caso, estão muito enganados. Primeiro que seria excelente pra ele ganhar vocabulário. Segundo que, aparentemente, ele estava em fase de alfabetização e seria perfeito se familiarizar com a grafia das palavras de uma maneira agradável e lúdica. E terceiro: é importante criar o hábito da leitura desde cedo. Se a criança já tem gosto pela coisa, por que tentar abafar isso?? Só vai ser pior mais tarde, quando ele tiver que ler livros pra escola e achar tudo um saco. Aí quero ver esses pais arrancando os cabelos porque o adolescente Bernardo se recusa a ler "O Guarani" e a prova é depois de amanhã.

Fico pensando que, provavelmente, os pais do Bernardo não gostam de ler. Assim, acham estranho o filho se interessar por algo "tão chato" (na opinião deles) e não levam a sério seu gosto pela leitura, achando que dar um brinquedo faz muito mais sentido. Me parece que pais não-leitores criam filhos não-leitores. Desse jeito nós nunca seremos um "país de leitores", como o governo quer achar. Triste. 

Juro que na hora me deu vontade de abraçar o pequeno Bernardo e comprar o livro pra ele. Mas seria muito estranho, então me contive em ficar quieta no meu canto, com meu livro e minha indignação. 
Confesso que me lembrou um pouco aquele anúncio com o menino da chicória.

domingo, 20 de março de 2011

Literatura Mulherzinha: Marian Keyes


Sabe aquela época em que você quer um livro pra ler nas horas vagas ou antes de dormir? Um que vá te entreter e que você não precise reler 2 vezes o mesmo trecho pra assimilar o conteúdo? Acrescente a isso uma boa dose de romance, um punhado de comédia e, tcharam!, é o que os livros da Marian Keyes te proporcionam!
Existem vários livros dela publicados e, dentre eles, eu já li  "Casório?!" (esse eu li em inglês, sob o título "Lucy Sullivan is getting married"),  "Sushi", "Melancia" e "Férias!". Todos seguem o mesmo gênero, mudando aqui ou ali o estilo de escrita de acordo com o perfil da personagem principal. Isso é bem legal, porque mostra a versatilidade da autora. :)
Se você gostou de "Bridget Jones", é bem provável que vá gostar desses também! É uma leitura leve, descontraída e não importa se no meio do livro você já estiver prevendo o final, porque o durante é agradável e você não tem vontade de parar de ler. E, não sejamos injustas, rolam algumas surpresas, sim! O mais legal é que existem versões de bolso disponíveis por um precinho super amigo! Algo que varia entre R$12 e R$17, nas Lojas Americanas e - pasmem! - na revistinha da Avon,  contrastando com a ordem dos R$40 da livraria...
Ah! Uma observação: é sempre bom dar uma olhada na contra-capa antes de comprar, pra conferir se a personagem principal é de algum livro anterior. Por exemplo: se você for ler "Melancia", "Férias!" e "Tem Alguém Aí?!" é interessante que você o faça exatamente nessa ordem. Isso porque as personagens principais dos 3 livros (respectivamente: Claire, Rachel e Anna) são irmãs, todas da família Walsh. E como o primeiro livro da autora foi o "Melancia", lá ela dá uma descrição mais detalhada da personalidade de cada membro da família. Nos outros, ela só pincela de leve. Não que vá realmente prejudicar o entendimento, mas fica muito mais legal e faz mais sentido se você já conhece o jeito daquele personagem. ;)
"Uma livraria para mim era como uma Caverna de Aladim. Mundos e vidas inteiros podem ser encontrados logo atrás de capas lustrosas. E tudo que precisa fazer é olhar."
(Marian Keyes - Melancia, pág. 276 edição de bolso)

sábado, 19 de março de 2011

Shakira, Shakira!



Eu tenho a maior admiração pela Shakira. Verdade! Ela conseguiu se lançar  da cidade colombiana de Barranquilla para o mundo, compondo e cantando - com uma voz inconfundível - em inglês e espanhol. Além disso, dá pra notar nitidamente um mix de ritmos em muitas das suas melodias, que tem traços de música árabe, latina, pop-rock... Sinceramente, acho que a Shakira é uma das cantoras mais globais da atualidade.

Sempre admirei a alegria a naturalidade dela, seu envolvimento em questões sociais, o fato de ela assumir os cachos num mundo dominado pelo alisamento e a capacidade que ela tem de ser sensual sem ser vulgar. A Britney e a Aguilera não conseguiram isso... Tudo bem que no penúltimo álbum, "She Wolf", ela descaracterizou um pouco esse traço e adotou uma postura mais apelativa. Na primeira vez em que assisti o clipe da música que dá nome ao CD, tive um choque ao vê-la usar uma roupa que dava impressão de nudez fazendo poses que mesclavam kama-sutra e exame ginecológico. Achei grotesco. Tive uma decepção. Pensei "Gente... Pra quê?? Ela não precisava disso!". Ainda acho que não precisava... Mas depois de ter ouvido as outras músicas do álbum, entendi que aquilo estava dentro de um contexto. A maioria das letras ali tinha um fundo meio sexual, tipo uma mulher que quer tudo que você pode dar e mais um pouco ou que conhece os seus desejos e faz tudo que você possa imaginar (eu vi essas mensagens implícitas - ou até ditas com todas as letras - em várias músicas desse CD).
E sabe o que é engraçado? Outro dia, vi numa banca de jornal que a revista Gloss trazia uma entrevista com a Shakira. Peguei pra dar uma olhada e, surpresa!, em um determinado trecho ela mesma comentava que achou as gravações do "She Wolf" meio cansativas, que era um trabalho mais técnico, algo assim (não lembro das palavras exatas, mas era nesse sentido) e que o novo álbum, "Sale el Sol",  tem muito mais a cara dela. Fico pensando... Será que o CD anterior foi uma tentativa de jogada de marketing?  Sei lá. No fim das contas, acabei gostando das músicas, tem um ritmo forte, com batidas eletrônicas e tal... Agora quero conhecer o novo. :)

Se ela viesse ao Rio nessa turnê (Porto Alegre - 15/3; Brasília - 17/3 cancelado pela chuva, será remarcado ou o dinheiro dos ingressos será devolvido; São Paulo - 19/3), certamente eu iria ao show! Infelizmente ela não vem... Estou cogitando a possibilidade de assisti-la no Rock'in'Rio se tiver alguém pra ir comigo e os ingressos não tiverem esgotados. Shakira é musa!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Primeiro post é sempre uma coisa...


Pois é. Eu já tive dois blogs na pré-adolescência e o primeiro post sempre me causou um certo desconforto. Com esse não está sendo muito diferente... O problema é que acho estranho sair postando variedades sem um contato prévio, mas, por outro lado, me parece forçado chegar fazendo uma apresentação de quem sou eu e blablabla. Assim, preferi usar essa primeira postagem pra dizer que o blog não vai ter um tema definido e explicar os motivos disso.
Basicamente, eu queria ter um espaço pra me expressar livremente... Sabe quando você quer registrar os pensamentos em algum lugar? Então. Só que eu não queria ficar presa a um assunto específico. 
Ainda estou no dilema se mantenho o blog no WordPress ou no Blogspot. Crise! O WordPress é mais "chique, benhê!", tem mais estilo, tem coisinhas legais e tal... Masss eu não sei mexer direito ainda. :/ Pronto, confessei. Sim, eu sei clicar em "adicionar novo post" e digitar o texto. O problema é que eu não sei adaptar o layout, colocar widgets diferentes dos "básicos" disponibilizados pelo wordpress, etc... Vou atualizar nos dois e com o tempo a gente vê no que dá.
Vou parando por aqui antes que esse post fique grande demais. Confesso que eu tendo a ser meio prolixa, mas vou tentar me controlar. Sem mais. :)